terça-feira, 26 de maio de 2009

Um conto sem fadas


Era um ponto róseo, que fora vermelho em seus áureos tempos, um tanto quanto remendado. Estava quieto, de lado... Soluçando de tempos em tempos (seriam esses os batimentos?).

Antes, vivera grandes histórias, de reinos, fadas e bruxas; unira mocinhas e príncipes, destruira vilões. E, agora, estava ali... Sem amor, nem dor. Apenas ali. Esperando por nada (ou pelo fim, talvez).

O que fazer com os velhos castelos? O que restara da magia? As bruxas estão à solta... Teria sido alvo de uma maldição? Ou, então, quantas maçãs envenenadas teria comido?

Enquanto isso, uma princesa envelhecia, em um sono profundo, cansada da espera, cansada da esperança. A interminável caçada aos príncipes levou-os à extinção. As feras cansaram das belas, agora, preferem panteras. E até os sapos já mudaram de brejo, fugindo dos desesperados beijos.

Seria a ruína daquele reino? Por onde andariam as fadas? E os cavalos brancos? Teriam todos desistido do encanto?

Num trono sem rei, estava a adormecida princesa. Alimentando ilusões, esperando a desesperança. O antigo companheiro de guerra se aposentara, seu único herói estava morrendo.

Haverá salvação para um coração perdido, partido?



[Continua. Ou não.]

Empréstimo...


Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.


Cecília Meireles

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Em tempo de murici, cada um cuida de si"

terça-feira, 5 de maio de 2009

Por fora, bela viola...


..Por dentro, pão bolorento.

Pois é, mofei...Faz tempo.
Criei um disfarce para enganar a mim mesma.
NÃO FUNCIONOU.

Azul e preto

Doce engano crer que caminho sob o sol e que as imensas nuvens se foram... Ilusão acreditar que deixei para trás o luto e as negras vestes. Delírio sequer imaginar que é possível ignorar assombrações e destruir velhos pesadelos.
O travesseiro de lágrimas continua lá; esperando por meu choro após mais um dia de programados sorrisos e alegria simulada...

Afinal, de que adianta pintar paredes de azul se os cômodos permanecem negros?