quinta-feira, 2 de julho de 2009


"Ah, se eu fosse marinheiro,
Seria doce meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar

Leste oeste norte sul
Onde um homem se situa ?
Quando o sol sobre o azul,
ou quando no mar a lua ?"


Adriana Calcanhoto - Maresia

Partir-ei! Até mais ver ;)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um conto sem fadas


Era um ponto róseo, que fora vermelho em seus áureos tempos, um tanto quanto remendado. Estava quieto, de lado... Soluçando de tempos em tempos (seriam esses os batimentos?).

Antes, vivera grandes histórias, de reinos, fadas e bruxas; unira mocinhas e príncipes, destruira vilões. E, agora, estava ali... Sem amor, nem dor. Apenas ali. Esperando por nada (ou pelo fim, talvez).

O que fazer com os velhos castelos? O que restara da magia? As bruxas estão à solta... Teria sido alvo de uma maldição? Ou, então, quantas maçãs envenenadas teria comido?

Enquanto isso, uma princesa envelhecia, em um sono profundo, cansada da espera, cansada da esperança. A interminável caçada aos príncipes levou-os à extinção. As feras cansaram das belas, agora, preferem panteras. E até os sapos já mudaram de brejo, fugindo dos desesperados beijos.

Seria a ruína daquele reino? Por onde andariam as fadas? E os cavalos brancos? Teriam todos desistido do encanto?

Num trono sem rei, estava a adormecida princesa. Alimentando ilusões, esperando a desesperança. O antigo companheiro de guerra se aposentara, seu único herói estava morrendo.

Haverá salvação para um coração perdido, partido?



[Continua. Ou não.]

Empréstimo...


Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.


Cecília Meireles

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Em tempo de murici, cada um cuida de si"

terça-feira, 5 de maio de 2009

Por fora, bela viola...


..Por dentro, pão bolorento.

Pois é, mofei...Faz tempo.
Criei um disfarce para enganar a mim mesma.
NÃO FUNCIONOU.

Azul e preto

Doce engano crer que caminho sob o sol e que as imensas nuvens se foram... Ilusão acreditar que deixei para trás o luto e as negras vestes. Delírio sequer imaginar que é possível ignorar assombrações e destruir velhos pesadelos.
O travesseiro de lágrimas continua lá; esperando por meu choro após mais um dia de programados sorrisos e alegria simulada...

Afinal, de que adianta pintar paredes de azul se os cômodos permanecem negros?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Horas sós


Nunca senti a chuva tão quente
Nem vi o azul tão cinza.
Nunca ouvi choro em risos
Nem estive tão vazia.

Não há lábios em par
Nem braços em laço.
Não há noites ao luar
Nem a união de passos.

Os olhares se perderam,
Há muito tempo.
O romantismo se esgotou,
‘Eu te amo’ é xingamento.

O fugaz tornou-se eterno.
O vermelho desbotou.
Não,
Não há amor.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Faço as malas.
Peço a Deus e digo adeus.

É um exercício diário me despedir. Despir-me de tudo, me despedir do mundo. Despeço-me e me despedaço. Parto e me reparto. Não ouse pensar que é fácil escolher o volúvel. Mas é ainda menos fácil viver de nada. Por isso, cansei de estar, de ser. Cansei do estático. Prefiro voar. Nada de pés nem de chão, nada de pés no chão.

Faço as malas.
Peço a Deus e digo adeus.

Porque não há bagagem. Desfiz-me e me desfiz de tudo. Já não há rastro ou vestígio, deixo pra trás somente ruína. E, além disso, é confortante dizer adeus a tudo, quando o tudo é nada. Nada me sufoca. Rogo por espaço. O infinito já se encheu de vácuo.

Faço as malas.
Peço a Deus e digo adeus.
Porque se só Deus me ajuda a seguir, só, me ajudo a ruir.
Mariana Martins

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O ar pesa nos pulmões
A inspiração se torna difícil
Tudo mera impressão
Da mente, um artifício

Se o chão desmancha
O céu cai sobre os ombros
O corpo desaba
Restam escombros

O branco se torna negro
E a luz se esvai
A escuridão se liberta, pelo mundo sai

Entre morbidez e alegria
Fujo do real
Escondo-me na fantasia

Mariana Martins

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Travesseiro: não apenas o objeto macio onde repousam as cabeças, mas o responsável pela travessia. E não se trata da simples travessia de um lugar a outro. A função do travesseiro é nos conduzir à fronteira entre real e utópico, entre o que é concreto e o que é inimaginável.

Travessia
fRonteira
Acordar
atraVés
liberdadE
Sonhar
inSano
rEal
devaneIo
loucuRa
O

Se o travesseiro é o atravessador, então, durma para acordar. Desperte o seu lado que não é morno. Se permita atravessar... Sonhar, ir além do idealizar coisas irrealizáveis. Não, não durma para sonhar. Experimente sonhar para acordar. A travessia alimenta a loucura. Sim, DELIRE!